Porque somos nós... Tudo menos incompletos.

E é assim que eu e tu vivemos. Um dia nus e crus em cima de lençóis derramados, numa cama aberta ao amor. Noutro dia de mãos sujas de lágrimas.
E é assim que vivemos. Numa pressão constante imposta pelos nossos próprios problemas, que nada têm a ver comigo e contigo. Não são o nosso conjunto. São meus ou são teus. Estão fora do nosso círculo amoroso, mas insistem em invadir este romance. E sabes o que é pior? O que mais preocupa-me? É que nós deixamos. Deixamo-nos levar por esta roda gigante que teima em girar e baralhar tudo o que recompomos diariamente.
Deixamo-nos levar com a promessa que "amanhã daremos um jeito". Todos os dias, realmente, o fazemos. Perdemos tempo com tendências... As tendências do remediar. Nada vem de primeira, tudo só acontece de maneira precisa pela segunda vez, da primeira não deu certo e no dia a seguir " remediamos".
Perco-me de ti, perdes-te de mim.
E é assim que vivemos. Enrolados em nós, enrolados em tudo o que nos rodeia. Não deixamos tudo de lado, vivemos por completo e viver por completo não nos permite sentir partes... Fragmentos. Seria bom sentir-me apenas bem, sem culpas, ressentimentos, angústias. Só eu e tu e nossa felicidade. Mas, não dá! Eu coloco-me por inteiro neste amor e tu colocas o teu ser completo aqui. Assim vivemos, mas não nos vivemos.
Quero que isso baste. Baste para nós! Que pare de existir um mundo lá fora quando estivermos aqui, juntos, sóbrios de nós, mortos por nos sentirmos. Quero que baste, que sejas meu. Não te quero dividir com os teus problemas, ou és meu ou és apenas nosso... Meu e dos teus problemas. Quero-te só para mim.