União Europeia e o futuro dos jovens Açoreanos
Nota: Este texto foi realizado a pedido de uma professora depois de ter assistido uma palestra na Universidade sobre a União Europeia e os Jovens Açorianos. A professora que o leu aconselhou a publicá-lo em um jornal, porém publiquei aqui no meu blog =D.
União
Europeia e o futuro dos Jovens Açorianos
Hoje em dia não seria de esperar outra coisa senão um arrepio quando o
tema é o futuro, pois vem á tona tudo o que se possa chamar
de ideias pessimistas, devido ao nosso estado atual. As palavras de otimismo
não são suficientes para quem lida com a crise dia-a-dia.
Dizem que a crise está “já, já a passar”, é querer tapar os olhos aos
mais-que-cegos cidadãos de Portugal. Sim, nós já temos um
problemazinho com a cegueira e conseguimos ficar, por vezes, a dever à
inteligência. Ora acreditamos que vamos sair da crise, ora arranjamos soluções
disparatadas para o mesmo problema, e não passamos disto. Ficamos pelo começo,
o começo do fim! Não pretendemos evoluir com outras propostas inovadoras que
possam surgir, não agimos contra o que se tornou costume para nós, esperar que
os outros resolvam tudo à nossa volta. Por isso afirmo que a crise não está
próxima de acabar e provavelmente vamos rezar para voltar a este estado em que
nos encontramos atualmente. Rezemos para que não, mas o caminho que se avista
não trás boas perspetivas.
Assistimos muitas vezes a comunicados, divulgações, exposições,
conferências, formações sobre o futuro da união europeia e os Jovens Açorianos
e isto, o que deveria ser bem entusiasmante, deixa as pessoas deprimidas, pelas
soluções apresentadas. Geralmente estas depressões vêm quando nos
dizem, como foi dito, “Vocês jovens deveriam investir na Pecuária e nos mares
dos Açores, isto é uma boa proposta de futuro, pois temos estes grandes
recursos”. Neste momento questiono-me: “Educação Básica e pecuária, em que se
relacionam?”, ou então começo a querer agir rapidamente! Podendo começar por ir
anular a matricula. Não me restam muitas esperanças após tais palavras e,
apesar de parecerem motivadoras, a mim só me mostram o quão mal está o meu país
e, também, que as licenciaturas tiradas pelos jovens não lhes irão servir para
muito futuramente.
Tem parecido que uma solução arranjada, para além da pecuária e de
tirar partido do nosso mar, foi a de emigrar para tirar outros cursos fora ou,
até mesmo, estagiar na área da licenciatura que tiramos.
Muito motivador saber que no nosso país não temos, quase, lugar para estudar,
mas acreditem que, após usar a ironia anterior, é verdadeiramente motivador que
as bolsas de estudo para outros países sejam consideravelmente boas! Que
incentivo gracioso para sair do meu lar, deixar família, amigos, entre todas as
outras coisas. Somos incentivados a deixar a nossa terra todos os dias e por
todos os motivos; Portugal ficará deserto daqui a uns anos.
É este o futuro que nos apresentam? Tudo menos um futuro no
qual possamos seguir sonhos e desejos? Se eu não posso ter a minha profissão de
sonho, se não posso sequer ter uma profissão, o que me faz ficar? Pois é aí que para a questão mas também se arranja a
resposta vinda do coração! Do meu país não me apetece sair, não me apetece
separar de tudo o que conheci. Apesar de não existir quase solução nenhuma,
ainda existe dignidade, ainda existe fidelidade e acima de tudo existe
patriotismo. Se não melhora comigo estando cá, não melhorará comigo estando
fora. A solução não pode ser encontrada naquelas conferências, a resposta para
a melhoria está dentro de cada um de nós. Agradeço por tentarem nos incentivar
a acreditar numa coisa quase impossível, ou seja, na melhoria da crise e do
futuro, mas defendo que é melhor ouvir a realidade e ficar preparado sem
esperanças falsas. Nós estamos fartos de “cair” por acreditarmos, que tal
“levantarmo-nos” para lutarmos?
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