Não estar bem até não se estar, realmente, bem.

Apercebi-me que o mundo não é útil enquanto não nos lembramos que precisamos dele. Descobri que o mundo é mais preciso do que a minha exígua presença.

As descobertas se fazem quando olhamos para nós, para o que somos, para o que fomos e para o que seremos. O passado, presente e futuro se interligam harmoniosamente criando o ser que irá morrer sendo ou não lembrado. Positiva pode ser a marca que queremos deixar mas podemos acabar por transmitir a ideia negativa. Nunca sabemos como reagir mas normalmente reagimos mal. É mais fácil, incompreensivelmente, apelar pelo lado negativo, pois dizem ser mais prático. Mas não é, não passa de uma ideia errónea para os facilitistas pouco  preocupados com a correção das realidades. Para concertar, a decisão errada, levará mais tempo, e o tempo passa e passa, ás vezes voa e não quer parar. Nunca é bom esquecer que o caminho continua, como se fosse uma escada rolante, desde que colocas o pé na escada rolante ela anda e anda, ou tu fazes algo bem e bonito antes que ela chegue ao fim, ou tu trapaças tudo e quando vais para remediar vês que o tempo é limitado, geralmente ela chega ao fim antes de corrigires.
   Aprendi que o passado não se corrige, mas se é bem apreendido o futuro é melhorado.
   Aprendi que não somos completos até perdermos parte de nós. Parece contraditório e até pode ser, mas quando perdemos o que nos é importante começamos a ter noção que o que antes queríamos não passa de um nada.

   Aprendi que não somos melhores porque o vizinho do lado não o é.
   Acho que aprendi que quem humilha sai humilhado, que quem por ti chorou amanha pode te enxugar as lágrimas, que quem dorme com receio acorda já desperto, que quem pratica o mal ou tenta voltar atrás ou gosta de o praticar, que quem quer ser o melhor acaba metendo os outros no pior, que quem quer aquilo que não tem e nem precisa não viu o que é ter necessidade extrema.
Mas tenho tantas outras noções que me vêm. Tenho noção de que:

Nunca estamos bem no sitio aonde estamos até deixarmos de ter chão;


Nunca estamos bem com quem estamos até deixarmos de ter aquela outra mão;


Nunca vemos bem enquanto olhamos;

Nunca ouvimos bem mesmo que o som seja alto;


Nunca estamos aqui, nem ali, nem acolá... porque simplesmente nunca estamos no mundo, estamos sempre no nosso imaginário. Estamos sempre longe do que realmente importa até vermos que nós não somos o que interessa. Somos poeira de alguém que amamos e não valorizamos.

Sabem tanto que me venho apercebendo, quando na realidade apercebo-me que, ainda, não me apercebi de nada.




Hoje estamos bem, amanha mal... Hoje estamos mal, amanha mal... Hoje estamos mal, amanha mal.... Hoje estamos bem, amanha bem....
Escolhemos desde o primeiro até ao último caminho. Os obstáculos acontecem por isto não será tudo fácil nem perfeito, mas será melhor do que o pior.