Conto de Natal
O seguinte conto, foi elaborado por mim para um trabalho escolar, e foi o conto vencedor. Quero agradecer a todos os outros participantes por terem feito os seus contos valorizando a escrita, desta forma. E em primeiro lugar quero agradecer ao meu professor de Português Pedro Câmara por me ter feito escrever o mesmo. Queria aqui também homenagear a minha mãe que até hoje e desde sempre quer que eu seja professora de Português e escritora. ( Amo escrever é algo que faz parte de mim, mas quero seguir outra área a nível profissional. Mas mãe prometo-te que ainda vou tentar escrever um livro sobre psicologia ;) )
Espero que gostem do Conto!
Um
espaço vazio
Naquele dia chuvoso, estava eu, tristemente,
sentada no sofá. Era Natal, o dia tão esperado, mas eu sentia-me mal.
Faltava-me algo, um espaço dentro de mim se encontrava vazio. Não era fome.
Minha mãe bateu á porta de meu pequeno quarto.
- Entre mãe. A porta está entreaberta, não precisa bater.
Disse-lhe com o olhar no horizonte, no vago Horizonte.
- Filha, hoje sinto-te distante da tua alegria. Da alegria
que costumas a ter no Natal. Passa-se algo? Tens algo?
- Não tenho, pois a mim me falta algo.
- O quê minha filha? Diz-me. Quero-te ajudar.
- Desde que enfeitamos a casa senti-me tão incompleta.
- Não gostas da decoração? Podemos mudar!
- Não sinto necessidade de mudar mas sim de ter. Parece que
algo está fora do lugar. Que este Natal está incompleto.
- Minha linda filha, eu comprei tudo o que pediste e tudo o
que precisavas. Não te preocupes, deve ser algo sem importância. Vou acabar o
jantar, teus tios estão a chegar para a ceia.
O quarto voltou a ficar no silêncio que se encontrava á uns
minutos antes de ter a doce e carinhosa presença de minha mãe. Os meus olhos
começavam a ficar pesados, e o meu relógio indicava que ainda tinha uma hora
para descansar, antes de minha família se reunir. De súbito encontrei-me em
outro lugar.
-Deixa-me! Não olhes para mim por favor. Fui rejeitado!
Depois de anos… Aí que sofro tanto! Aí que vos odeio! Seus mal-agradecidos.
Eu conhecia aquela imagem que se dirigia a mim.
- Mas o que se passa? O que tens? Perguntei-lhe com um ar
assustado e o coração partido em mil pedaços por o ver tão triste.
- Eu esperava 365 dias completos para chegar ao próximo
Natal e agora… nada! Nem sequer fui retirado daqui…
- Mas…
Interrompeu-me
e continuou a reclamar de algo que eu de momento desconhecia.
- Mas nada! Eu ficava ali tão bem. Um pobre animal como
eu…faz sempre falta. Dizia-me ele.
De uma outra dimensão eu sentia alguém a chamar o meu
pequeno nome, este som aproximava-se cada vez mais. Meus olhos abriram-se,
minha mãe estava á minha frente.
- Vamos, vamos! Teus tios já chegaram.
E de um minuto para o outro apercebi-me o sentido do sonho. Corri
em velocidade irrequieta, fui até ao sótão, peguei numa caixa recheada de pó e
memórias, de lá retirei algo indispensável a um sítio. Fui até ao presépio e
realmente era aquilo que faltava. Meu coração sentiu-se preenchido. Coloquei o
burro no seu lugar! Era ali o lugar dele. Consegui tirar uma conclusão disto.
Por mais “insignificante” que seja algo, nunca deverá ser colocado de parte.
Pois se algo é perfeito, é perfeito porque está completo. Agora, dizem que o
nosso tão antigo burrinho não faz parte do presépio. Mas ele sempre esteve lá e
nunca se foi. Ele não era para estar lá, mas se não está…
Comentários
Enviar um comentário